01. Minha Criança
Vander Lee
espero um dia encontrar de novo
na mesma esquina mesma vida onde deixei
minha criança abandonada
numa beira de estrada não sei
o que me deu naqueles tempos duros
eu precisava de saidas procurei
e foi em busca de respostas
pros meus sonhos
que uma carta escrevi
eu desejei milhões de coisas
procurava nos olhares ares que nunca vivi
eu mergulhei na multidão
quis muito e tudo consegui
mas quem sorri pra mim agora
é só meu cão
você se foi pude entender
a solidão te fez querer
não há pecado nem é preciso perdão
Vander Lee – Voz e violões
Matheus Barbosa – guitarras
Christiano Caldas – teclados
Eneias Xavier – baixo elétrico e arranjo de cordas
Ramon Braga – bateria
Marco Lobo – Percussão
Quarteto de Cordas:
Frank Hammer – 1º violino
Hyu-Kyung Jung – 2º violino
Marcelo Nebias – viola
Eduardo Swerts – violoncelo
02. Seu Nome
Vander lee
quando essa boca disser o seu nome venha voando
mesmo que a boca só diga seu nome de vez em quando
posso enxergar no seu rosto um dia tão claro luminoso
quero provar desse gosto ainda tão raro e misterioso do amor
quero que você me dê o que tiver de bom pra dar
ficar junto de você é como ouvir o som do mar
se você não vem me amar a maré é cheia, amor
ver você é ver o sol deitado na areia
quando quiser entrar e encontrar o trinco trancado
saiba que o meu coração é um barraco de zinco todo cuidado
não traga tempestade depois que o sol se por
nem venha com piedade porque piedade não é amor
Vander Lee – Voz e violões
Matheus Barbosa – guitarras
Christiano Caldas – teclados
Eneias Xavier – baixo elétrico
Ramon Braga – bateria
Marco Lobo – percussão
03. O Cão Feliz e o Bem-te-vi
Vander Lee
se não há
nada maior do que existir
pra te dar
motivos pra viver de rir
vim dizer
que a vida é mesmo isso aí
não bela ou feia
apenas cheia
com seus sentidos por sentir
mas senti
que sem ti
no meu compasso
saio do traço
vem me pegar no laço
me bota coleira, me habita de vez
que tal a gente se amarrrar.
Vander Lee – Voz e violões
Matheus Barbosa – guitarras
Christiano Caldas – teclados
Eneias Xavier – baixo acústico e arranjo de cordas
Ramon Braga – bateria
Quarteto de Cordas:
Frank Hammer – 1º violino
Hyu-Kyung Jung – 2º violino
Marcelo Nebias – viola
Eduardo Swerts – violoncelo
04. Pensei que Fosse o Céu
Vander Lee
Estou aqui mas esqueci
Minha alma num hotel
Meu coração na caneta
Meus desejos num papel
Eu vinha sem retrovisor
Um rosto estranho me chamou
E a minha pele não me coube mais
A sorte veio e me encontrou
Na corda bamba do amor
Meus dias nunca mais serão iguais
Estava ali, me confundi
Pensei que fosse o céu
O azul do mar me chamou
E eu pulei de roupa e de chapéu
A onda veio e me levou
Desse lugar e agora eu sou
Uma ilusão, a solidão é meu troféu
Aquela foto amarelou
O riso no meu camarim
Felicidade bate á porta e ainda ri de mim
Vander Lee – Voz
Matheus Barbosa – guitarras e violões
Christiano Caldas – teclados
Eneias Xavier – baixo elétrico
Lincoln Cheib – bateria
Marco Lobo – percussão
05. Nada por Nada
Vander Lee
como processar os rumos sem
me desconfigurar o tempo todo
velhas buscas, novas pastas
sons e sonhos nos computadores
fico rico, multiplico um refrão
por um milhão de amores
navegar nas ondas previsíveis
sem beber nada de ninguém…
quando eu caio nessa rede
a realidade perde o sentido, estranha
novo mundo, velhos modos
outra roda, mesma teia de aranha
raro é o dia em que eu passo
e não tropeço nos meus egos
pouco é tudo que nos resta (cerca)
quando estamos quase sempre cegos
minto muito, monto frases,
finjo ser um ser complexo
crio imagens do desejo
sem saber, sem ser conexo
por isso eu quero trocar
nada por nada
um caminhar nesse andor
por uma noite estrelada
um caminhão de rancor
por uma noite estrelada
Vander Lee – Voz e violões
Matheus Barbosa – guitarras
Christiano Caldas – teclados
Eneias Xavier – baixo elétrico, samplers e teclados adicionais
Ramon Braga – bateria
06. Mais um Barco
Vander Lee
meu amor
nosso amor
naufragou no poço do egoismo
nosso amor caiu no abismo era de vidro e se quebrou
se espalhou
sobre as pedras frias do ciúme
como um frasco de perfume
que era pouco e se acabou
evaporou
em um milhão de coisas pequeninas
pouca paz, muita rotina
pouco gozo e muita dor
se transformou
num turbilhão de falas tão mesquinhas
falhas suas, pragas minhas
mil coisinhas e algum amor
o nosso amor
se afogou nas aguas desse rio
nosso amor teve um desvio no seu curso e ja secou
ou se queimou
nos mares ardentes da paixão
no cais da desilusão
mais um barco ancorou
Vander Lee – Voz e violões
Matheus Barbosa – violões e guitarras
Christiano Caldas – teclados
Eneias Xavier – baixo elétrico
Ramon Braga – bateria
Marco Lobo – percussão
07. Idos Janeiros
Vander Lee e Flávio Venturini
tarde de sol, beira mar, me lembrei de você
e dos janeiros guardados no meu coração
sinto que a gente podia tentar se rever
lá no farol, passear, procurar, se perder
quero voltar pra você
quero voltar pra você
mãos se tocando por baixo de mesa do bar
e olhos dizendo o que a boca não ousa falar
rosto colado, dançando na areia ao luar
som de violão e paixão vindo de algum lugar
quero voltar pra você
quero voltar pra você
temos o tempo e o mundo a nosso favor
pra que ficar no seu mundo e esquecer-se do amor
quero voltar pra você
quero voltar pra você
Vander Lee – Voz e violão
Participação Especial – John Patitucci – baixo acústico e baixo 6 cordas semi-acústico
Eneias Xavier – arranjo de cordas
Christiano Caldas – teclados
Rogério Boccato – percussão
Quarteto de Cordas:
Frank Hammer – 1º violino
Hyu-Kyung Jung – 2º violino
Marcelo Nebias – viola
Eduardo Swerts – violoncelo
08. Esperando Aviões
Vander Lee
Meus olhos te viram triste
olhando pro infinito
tentando ouvir o som do próprio grito
e o louco que ainda me resta
só quis te levar pra festa
você me amou de um jeito tão aflito
que eu queria poder te dizer sem palavras
eu queria poder te cantar sem canções
eu queria viver morrendo em sua teia
seu sangue correndo em minha veia
seu cheiro morando em meus pulmões
cada dia que passo sem sua presença
sou um presidiário cumprindo sentença
sou um velho diário perdido na areia
esperando que vc me leia
sou pista vazia esperando aviões
sou o lamento no canto da sereia
esperando o naufrágio das embarcações
Vander Lee – Voz
Matheus Barbosa – guitarras e violões
Christiano Caldas – teclados
Eneias Xavier – baixo elétrico
Lincoln Cheib – bateria
09. Pra ser Levada em Conta
Vander Lee
Vem me ver
Vem juntar seu calor ao meu
Não te quero ter
Só nos finais de semana
Os meus dias
De feira também são seus
Vem viver
Corre pra nossa cabana
Faço de conta que sou levada
Pra ser levada em conta
É pra janela do seu olhar
Que o meu destino aponta
Vem
Põe o moleton
Prova meu baton
Minha companhia
Dobra a calça jeans
Rega meu jardim
Colore meu dia
Vander Lee – Voz
Matheus Barbosa – guitarras e violões
Christiano Caldas – teclados
Eneias Xavier – baixo elétrico
Lincoln Cheib – bateria
Marco Lobo – percussão
10 . Onde Deus Possa Me Ouvir
Vander Lee
Sabe o que eu queria agora , meu bem
sair chegar lá fora e encontrar alguém
que não me dissesse nada
não me perguntasse nada também
que me oferecesse um colo, um ombro
onde eu desaguasse todo o desengano
mas a vida anda louca
as pessoas andam tristes
meus amigos são amigos de ninguém
sabe o que eu mais quero agora, meu amor
morar no interior do meu interior
pra entender porque se agridem
se empurram pro abismo
se debatem se combatem sem saber
meu amor, deixa eu chorar até cansar
me leve pra qualquer lugar
aonde deus possa me ouvir
minha dor
eu não consigo compreender
eu quero algo pra beber
me deixe aqui, pode sair,
adeus
Vander Lee – Voz
Matheus Barbosa – guitarras e violões
Christiano Caldas – teclados
Eneias Xavier – baixo elétrico
Lincoln Cheib – bateria
Marco Lobo – percussão
11. Alma Nua
Vander Lee
Ó pai
não deixes que façam de mim
o que da pedra tu fizestes
e que a fria luz da razão
não cale o azul da aura que me vestes
dá-me leveza nas mãos
faze de mim um nobre domador
laçando acordes e versos
dispersos no tempo
pro templo do amor
que se eu tiver que ficar nu
hei de envolver-me em pura poesia
e dela farei minha casa, minha asa
loucura de cada dia
dá-me o silêncio da noite
pra ouvir o sapo namorando a lua
dá-me direito ao açoite
ao ócio, ao cio
à vadiagem pela rua
deixa-me perder a hora
pra ter tempo de encontrar a rima
ver o mundo de dentro pra fora
e a beleza que aflora de baixo pra cima
ó meu pai, dá-me o direito
de dizer coisas sem sentido
de não ter que ser perfeito
pretérito, sujeito, artigo definido
de me apaixonar todo dia
de ser mais jovem que meu filho
e ir aprendendo com ele
a magia de nunca perder o brilho
virar os dados do destino
de me contradizer, de não ter meta
me reinventar, ser meu próprio Deus
viver menino morrer poeta
Vander Lee – voz
Eneias Xavier – violão, baixo acústico e arranjos de cordas
Quarteto de Cordas:
Frank Hammer – 1º violino
Hyu-Kyung Jung – 2º violino
Marcelo Nebias – viola
Eduardo Swerts – violoncelo
12. Deveras
Vander Lee
todo dia vivo a procurar
um elixir, um momento de som, um invento
que me faça vibrar
sem glamour, sem neon
que deixe essa mente
mentir sem segredos
até repousar…
no dom de brincar
te mostrar as fraquezas
franquezas riquezas
e os calos da voz e dos dedos
receber seu olhar
que desnuda e me cobre
me cobra caricias
me enche de sonhos e medos
agua e sal, abissal
vivo parado na esquina
vendo abrir o sinal
finjo a dor de um amor
que acelera o peito deveras
e espera no ato final
abissal água e sal
vivo parado na esquina vendo abrir o sinal
finjo a dor de um amor
que dispara e me cospe na cara a vaidade
verdade verbal
com sua malicia que é tão usual
e esse seu jeito bom de ser
essa face carente da sua bondade
que a bem da verdade
mais quer controlar…
abissal, água e sal
vivo parado na esquina vendo abrir o sinal
finjo a dor de um amor
que acelera o peito deveras e espera no ato final
todo dia vivo a procurar
um elixir, um momento de som, um invento
que me faça vibrar..
Vander Lee – Voz e violão
Participação Especial _John Patitucci – baixo acústico e baixo 6 cordas semi-acústico
Eneias Xavier – arranjo de cordas
Matheus Barbosa – guitarra
Christiano Caldas – teclados
Lincoln Cheib – bateria
Marco Lobo – percussão